Sunday, January 11, 2009

Matéria sobre a mooz no Diário de Pernambuco

Saiu hoje uma matéria bem legal da jornalista Luciana Veras para o caderno de Economia do Diário de Pernambuco sobre a mooz (Relação do Design e Economia). Abaixo um jpg com o scan do jornal:


E aqui as respostas completas que mandamos por email:

1 - Quais as relações entre design e economia em Pernambuco? É um setor em expansão?
O design está em grande expansão, sem dúvidas. Se você ver o catálogo do Pernambuco Design 2008 (à venda na livraria Cultura) vai perceber o salto de qualidade e a expansão do setor. Nós temos, por exemplo, O Imaginário criando produtos para a indústria e ao mesmo tempo desenvolvendo projetos de design para comunidades que trabalham com artesanato e o Estúdio Zero com seus trabalhos para moda. Várias pessoas que viram a mostra e o catálogo ficaram impressionadas com o design feito no estado, não tinham idéia do que era produzido aqui. Minha mulher, que é delegada de polícia, comprou copos desenhados e produzidos em Pernambuco e não sabia até visitar a mostra. O Pernambuco Design 2008 (com a mostra no Paço Alfândega até o dia 27/12) serviu para mostrar isso. O estado é muito forte nos segmentos de moda, cultura, turismo e serviços. Todos com grande necessidade de bom design.


2 - Alguns profissionais acham que o design poderia intensificar a atuação junto a pequenas e médias empresas. Você concorda?
Concordo. Existe um grande espaço nesses segmentos. E eles estão atrás de bom design para diferenciar os seus produtos e serviços da concorrência. O design se torna indispensável se você quer continuar atuante no mercado em tempos de crise. Em 2009, acredito que vamos ver uma procura grande das médias e pequenas empresas por esse serviço.


3 - Se o setor fosse mais articulado, seria possível aos profissionais se "venderem", por assim dizer, melhor? Ou mesmo ganhar mais dinheiro, como pensam alguns designers gráficos?
Essa pergunta é bastante complexa. Eu acredito que os profissionais devem sim se articular. Temos grandes exemplos, como o Articula Design e o Revela Design, que são eventos importantes do mercado e que acontecem anualmente. E, este ano, tivemos o Pernambuco Design 2008, que foi um grande evento para toda a comunidade de designers e para o mercado empresarial Pernambucano. Eu acho que deveríamos ter mais ações voltadas para os designers, existe muita necessidade disso. A própria APD-PE, que é a Associação Profissional dos Designers de Pernambuco, tem que ser mais forte. Temos que ter uma associação com poder para lutar pela classe e ter políticas de classe. Já uma regulamentação da profissão não vejo como algo tão importante. Tenho medo de como colocam a regulamentação como a salvação da lavoura. Vejo muito medo em quem defende. Já passou o tempo disso. Os profissionais têm que se valorizar e perceber que existem vários mercados e espaços. O cara que faz uma marquinha por R$500,00 não é meu concorrente, ele não interfere no meu espaço, o trabalho dele vale o que pagam. Grandes mercados da Europa e dos Estados Unidos não seguiram esse caminho. Lá o mercado dita as próprias regras através de associações e não o governo. Ganhar mais dinheiro vem da competência de cada um. Do suor que cada escritório e profissional coloca no seu trabalho.


4 - Na sua opinião, de que maneira o mercado para o design poderia crescer?
Eu tenho notado um crescimento bastante positivo. Desde 2005 todo ano é melhor do que o anterior. Temos que fortalecer a APD-PE, Manter o compromisso de termos novamente o Salão Pernambuco Design em dois anos e fortalecer o Centro de Design do Recife (núcleo de fomento do design da Prefeitura do Recife). Isso tudo serve para profissionalizar a nossa profissão, que eu acho que é o mais importante para o mercado crescer. Também temos que estreitar os nossos laços com as agências de propaganda. Existem muitas oportunidades para designers, escritórios de design e ilustradores em parcerias com as agências. Tenho notado uma mudança no mercado em relação a isso, com escritórios de design trabalhando cada vez mais nessa parceria.


5 - Fala um pouco da experiência da Mooz. O escritório existe desde 2005. Quanto vocês faturam por ano (ou por mês, se for mais fácil para você dar uma estimativa)?
A mooz ainda é uma empresa pequena. Quando o papo é faturamento, ainda não somos um peixe grande. Mas estamos caminhando em progressão geométrica para atingir nossas metas. O mercado tem sido muito favorável ao nosso trabalho de uma maneira geral. Não esperávamos que as coisas acontecessem tão rapidamente.



6 - Que trabalhos você destacaria do portifólio da Mooz?
A garrafa da Absolut, a identidade visual do Eco Resort do Cabo, a Revista-Portfólio da Ampla número 9 e 10, a fonte de texto Japiassu, o Revela Design 2007 e 2008 (série de palestras e oficinas do Centro de Design do Recife), a identidade visual do Pernambuco Design 2008, o SET Avenida Boa Viagem (Intervenção urbana com uma ilustração gigante), a identidade visual do restaurante IT na DonaSanta, o vídeo-arte {in the woods} para a DonaSanta, o redesign da marca do Imaginário e as novas embalagens da Pharmapele.


7 - Qual o volume de trabalho para vocês, vamos dizer, por mês? E em que demandas? Porque vocês fazem mais do que um trabalho de design gráfico, e sim atuam em branding também, né isso?
Acredito que a nossa média tem sido de mais ou menos 15 jobs por mês. Temos trabalhado no nosso limite de produção e em 2009 planejamos expandir um pouco a empresa. Mas não muito! Heheheh. Acreditamos que uma estrutura enxuta, com bons profissionais, é o caminho a seguir. Temos trabalhado muito em parcerias contratando profissionais específicos para cada job. Como no caso do vídeo-arte {in the woods} feito para a DonaSanta no qual trabalhamos com os cineastas Raul Luna e André Hora. Esse esquema permite que sejamos mais flexíveis, podendo desenvolver qualquer tipo de trabalho criativo para nossos clientes. Nós somos um escritório de design. Atuamos muito com design gráfico, ilustração e web design. Mas o que fazemos mais e melhor é a criação de identidade visual, que geralmente une várias áreas do design. 2008 marcou uma grande mudança na mooz, nos levando de um escritório de design gráfico tradicional para ser uma agência de inovação. Nós criamos uma grande intervenção urbana com o projeto do SET na Avenida Boa Viagem (em parceria com a Santos&Santos Arquitetura). Projetos cada vez mais complexos que têm uma forte base no design gráfico. Queremos em 2009 seguir mais esse caminho e cada vez mais, proporcionar inovação para os nossos clientes.


8 - Dá para um designer viver - bem! - do seu trabalho?
Dá sim, tem espaço de sobra para BONS designers. Um cara com um trabalho bom, consciente e responsável sempre vai se destacar e conseguir o seu espaço. Isso é o que minha experiência me mostra. Trabalhar com o que gostamos é muito importante e o trabalho do designer vem sendo cada vez mais valorizado, o que reflete diretamente na sua remuneração.

3 comments:

cezarcavalcanti said...

parabens! muito bom começar o ano assim! O trabalho da mooz é mto bacana realmente e é merecido esse reconhecimento publico.

Eris Oliveira said...

Muito legal a matéria, parabéns pelo sucesso.

Felipe Dário said...

Livro de recortes ^.^